No
final do século XVIII, no ano de 1792, em plena época da escravatura do Brasil
Colônia, a família Cunha Vasconcelos é dona da fazenda de Capela, com diversos
escravos trabalhando em prol dos negócios de cana-de-açúcar. Dentre os
escravos, conhecemos Sabola, o recém-chegado sofrerá nas mãos dos peões e de
Antônio Batista Segundo, um dos filhos do dono. O escravo não está acostumado a
língua e terá que se esforçar para compreender o que lhe é mandado. Akili, o
escravo mais velho da fazenda será o mentor de Sabola que ajudará a fugir da
fazenda. Como de costume, Antônio Segundo tem o prazer de usar a chibata para
ensinar e castigar os escravos a obedecer, em um deles algo mudará a vida de
todos naquela fazenda.
O
sobrenatural e a realidade estarão em uma linha tênue. O que era fantasioso e
impossível de acontecer tornará realidade. O Saci virá de uma maneira diferente
que conhecemos, pois em suas mãos está um facão, seu porte físico forte e com
sede de vingança. Todos na fazenda estão correndo risco de vida. Ninguém estará
imune e o que é mais temeroso é a incapacidade dos donos de fazer parar o mal.
Amo
filmes de terror. Para mim, quanto mais assustador melhor. Na literatura não
tenho o costume de ler muito esse gênero, mas não recuso a oportunidade. Já li
alguns livros de Stephen King, mas ele forma mais policiais do que terror. Mas
quando vi a capa e sinopse de O Escravo de Capela fiquei interessado e também por ter folclore brasileiro dentro da história. Primeiro
por ser terror e segundo por ser uma obra de terro que prometia ser
assustadora. Admito que o segundo motivo correspondeu minhas expectativas.
O
livro é narrado em terceira pessoa e a obra foca em diversos personagens.
Conhecemos os donos da fazendo, como o grão Senhor, Antônio Batista, o filho
primogênito Antônio Batista Segundo, um rapaz sádico e sente repulsa dos
negros. Também conhecemos Inácio, recém chegado da Europa, formado em medicina
sua ideologia é diferente de sua família, como por exemplo a exploração dos
negros.
Outros
personagens que nos é apresentado é Akili, um senhor escravo que não anda, pois
um dos castigos realizado pelo primogênito da família fez com que ele não se
movesse mais. Sabola, novato na fazenda desde quando chegou o sentimento de
rebeldia estava em seu coração. Além de não compreender o que era falado, o
escravo queria ser livro e não ter um dono.
Na
obra um dos motivos que mais me interessou a ler é como o autor transformou uma
história de terror com inspiração do folclore brasileiro. É algo inovador, pois
não estamos acostumados a ter livros que explora histórias da nossa cultura e
ainda mais nesse gênero. É uma ideia fantástica e acredito que deveria ter
livros de outros personagens do folclore.
Na
obra, um dos motivos que mais me interessou a ler é como o autor transformou uma
história de terror com inspiração do folclore brasileiro. É algo inovador, pois
não estamos acostumados a ter livros que explora histórias da nossa cultura e
ainda mais nesse gênero. É uma ideia fantástica e acredito que deveria ter
livros de outros personagens do folclore.
É
nítido como o autor pesquisou a história do Brasil, pois além da trama
principal há um contexto histórico exposto durante as páginas que se
desenvolveu de forma orgânica. O autor não poupou sangue. Ele conseguiu
transpassar diversos sentimentos durante a leitura e um deles é torcer para que
diversas pessoas morressem (mesmo dizendo isso meu coração diz que é errado
rs). Aos poucos Debrito transmitia diversos motivos para termos tal sentimento
de revolta e foi estimulante para a leitura.
A
escrita é envolvente e instigante. Desde o começo o autor conseguiu me prender
e aguçou a curiosidade para saber como ele iria inserir o folclore na trama. O
desenvolvimento e os desfechos foram realizados de forma bem sucedida.
Para
os fãs de terror e com respingos de história essa é uma ótima indicação. Há
muito sangue, terror, história e o folclore brasileiro foi bem representado na
escrita de Marcos Debrito. Uma escrita fascinante que me fez pausar a leitura
em alguns momentos por ser forte e intenso. Apesar da história ser uma ficção
foi colocado uma época da história brasileira que foi real, momentos tristes e
revoltantes de como os negros eram tratados naquele período. Além de uma obra
de terror também conseguimos extrair reflexões.
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