Resenha de "Pandemônio" de Lauren Oliver


Livro: Pandemônio
Série: Delírio, Volume #2
Autor: Lauren Oliver
Páginas: 301
Resenha por: Eduarda Rafaela
Comprar: Saraiva

Sinopse

Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.

Eu e o Livro

- Pode conter spoilers de Delírio (volume #1 da série) 

Li Delírio em maio do ano passado e não conhecia a autora, Lauren Oliver. Comprei por ter me interessado nessa trilogia distópica que abordaria o tema ‘amor como doença que precisa ser erradicada’. Mas com a leitura de Delírio, assim como em toda distopia, percebemos que o tema central tem sempre um pano de fundo de discussões por poder, pelo sistema, pelas minorias, pela segregação, dentre outros temas. 
Esperava Pandemônio desde maio do ano passado e, assim que comprei, corri para ler. Ontem descobri que a autora lançou em inglês entre os livros três contos (short stories), que ainda não foram traduzidos para o português (alô, Intrínseca!), mas consegui baixar em inglês e estou lendo: Hana (0.5) melhor amiga da Lena, quero muito conhecer a história sob a perspectiva dela; Annabel (1.5), mãe de Lena;  e Raven (2.5) que é a Graúna, líder do grupo rebelde na Selva.

O Livro de um ao todo

Pandemônio é um livro de ação. Quase um caos. Não existe título que descreva melhor o que se passa nesse livro. Em Delírio, a história é narrada por Lena, que descreve como é a sua vida, seu ponto de vista sobre a sociedade, a ansiedade pela intervenção que se aproxima, sua amizade com Hana, as lembranças que tem da mãe e então ela conhece Alex, inválido infiltrado na sociedade, o que muda totalmente o rumo da história. O livro termina na fuga para a Selva, que Lena consegue atravessar a cerca que divide a sociedade dos inválidos, mas Alex é capturado.

É melhor se acostumar logo. Tudo o que você era, a vida que tinha, as pessoas que conhecia... adeus. Não existe o antes. Só existem o agora e o que vem depois.’ p. 22

Pandemônio começa com essa vida de Lena na Selva. Minha surpresa foi a alternância entre os capítulos: em um, chamado de ‘antes’, Lena descreve como ela consegue sobreviver lá sem a ajuda de Alex, o que ela realmente vê entre os inválidos, realidade que ela conhecia apenas na teoria contada por Alex.  

Tem sempre alguém doente na Selva.’ p.53

Confesso que chorei nas primeiras páginas do livro com tamanha dificuldade narrada ali, quando Lena descreve os costumes e formas que os inválidos encontraram ao longo dos anos para sobreviver. 
Os pássaros não gostam das cores. Porque atraem predadores. Então eles reformam constantemente os ninhos. É como uma tela em branco a cada dia.’ p.80

Em outro, chamado de ‘agora’, vemos uma Lena de volta à sociedade, ou ‘zumbilândia’ como os inválidos chamam, de maneira infiltrada e fingindo ser curada para tentar descobrir mais sobre o sistema. 

Enquanto falo, inclino a cabeça ligeiramente, de forma que ela veja a cicatriz triangular atrás da minha orelha esquerda: a marca da intervenção, a marca da cura. (...) ADS é a expressão mágica: América Sem Deliria. Abre-te, Sésamo. Ela agora é só gentileza.’ p.45 

O que eu mais gosto em distopias é poder trazer um pouco da realidade dos livros para a nossa. Ou melhor, imaginar como seria a nossa vida vivendo à margem do sistema que, por mais que não queiramos, nos obriga a ser parte dele e ter uma identificação, a cumprir regras, a estar monitorados em tudo que fazemos, compramos, vendemos e, nos nossos dias com chips em celulares, rastreados 24h. Ao ler uma série como essa, percebemos que a nossa realidade não é tão diferente assim.

Acho que tem coisas com as quais a gente nunca se acostuma.’ p. 114

Ler ou não ler, eis a questão

Leiam! Indico muito essa série para quem gosta de romance e também para quem não gosta, porque apesar de ser uma série distópica que trata do amor como doença, o foco não é somente o romance, especialmente em Pandemônio: aqui, o amor é como um impulso que faz as pessoas agirem e também faz o livro acontecer, e não só o amor romântico. 
A narrativa alternada também nos prende e a ação no enredo é muito bem executada. 
E o final vai fazer você correr para ler Requiem, o volume #3 e último da série, recém lançado em inglês.

Um mundo sem amor também é um mundo sem riscos.’ p. 64

Avaliação

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