Resenha de Lady Whistledown Contra-Ataca, de Julia Quinn, Suzanne Enoch, Karen Hawkins e Mia Ryan

Livro: Lady Whistledown Contra-Ataca
Série: -
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de época
Páginas: 352
Quem leu as séries Os Bridgertons estão familiarizados com o nome Lady Whistledown, não é mesmo? Ela é dona da coluna chamada Crônicas da Sociedade, publicada pelo jornal da cidade londrina. Ela é uma espécie de Gossip Girl, anônima e pronta para soltar seu veneno e revelar segredos não importa quem for.

Na obra Lady Whistledown contra-ataca, acompanhamos quatro contos e diferentes histórias. Na obra, organizada pela autora Julia Quinn, podemos ver um conflito fixo que irá acompanhar todos os contos, um roubo da pulseira de rubis que ocorreu no baile de lady Neleey e outros conflitos nas contos respectivos.

O primeiro conto é de autoria da própria Julia Quinn intitulado “O Último Beijo”. O trama gira em torno de Tillie, uma jovem moça que está na temporada procurando um pretendente, mas ela possui um diferencial, é uma das moças que tem um dos maiores dotes da cidade. Ela perdeu seu irmão na guerra e seu coração ainda sofre pela perda, e é no baile de lady Neleey que conhece Peter, o melhor amigo de seu irmão Harry.

Peter é um homem sem nenhuma fortuna e seu objetivo na temporada e sua chegada em Londres é conseguir conquistar o coração de alguma moça que possui um dote considerável. Mas ele não esperava encontrar essa moça, sendo a irmã do seu companheiro de guerra e melhor amigo e sentir grande atração por ela.

Ele é um caça dote, mas ao passar do tempo quando conhece a jovem Tillie, seus sentimentos começam a amadurecer e ver essa relacionamento de uma outra forma. Muitos irão criticá-lo, até mesmo a fofoqueira mais famosa de Londres.

Como toda história de Julia Quinn, mais uma conseguiu me prender do início ao fim. Com personagens bem construídos e um conflito bem trabalhado. A trama ocorre na mesma época dos Bridgertons, então podemos ver algumas menções àquela família maravilhosa.

No conto “A Última Tentação”, da autora Mia Ryan, conta a história de Isabella Martin, dama de companhia de lady Neeley. Uma menina sonhadora e humilde, que é convocada para organizar a festa do filho do conde Robert Doring, Anthony Roxbury, no intuito de conseguir uma esposa. O pai do lorde sonha em ver o filho casado com uma mulher, para ver sua árvore genealógica. É quando em uma situação íntima faz com que Isabella e Anthony se encontra. Ela, uma mulher com seus 30 anos nas costas e nunca foi beijada. Ele, um libertino e experiente quando o assunto é o corpo das mulheres. Um romance improvável, mas recheado de surpresas e um relacionamento lindo de se ler.

Esse foi meu conto preferido, pois a autora trouxe uma história mesmo que clichê, mas soube construir o relacionamento do casal, com cenas engraçadas e situações empolgantes de se ler. Nunca li nada de Ryan, mas me apaixonei pela sua escrita.

O terceiro conto “O Melhor dos dois mundos”, acompanhamos a história de Charlotte Birling, uma garota protegida pelos pais desde pequeno. Todas suas ações são metricamente observadas e se sair um pouco da linha é advertida com um belo sermão. Essa superproteção remete ao que aconteceu com sua prima Sophia, abandonada pelo marido, o que criou um escândalo na família e não querem ver a história se repetir. A tensão aumenta quando lorde Matson, considerado um dos mais libertinos da cidade londrina, quer cortejar a garota. Ela o vigia sempre no mesmo horário todos os dias quando passa em frente à sua casa, sonha como seria ser beijada e tocada pelo rapaz.

A família de Charlotte nunca deu créditos para a garota, pois a considera apagada e sem nenhuma característica marcante para atrair um bom partido. Quando Xavier surge na história, pensam que é apenas para brincar com ela. Até mesmo a própria Charlotte desconfia, mas o que eles não sabem é que um sentimento de carinho brotou no coração do rapaz para com ela. A forma de ver a realidade e como ser compassiva aos outros foram pontos que fez com que a atração pela moça começasse.

Uma trama que poderemos ler em diversos romances de época, puro clichê. Porém, Enoch soube equilibrar momentos de drama, romance e até mesmo com seu toque de humor. Amei como a história se desenvolveu e como o romance foi trabalhado.




O último conto se chama “O Único para mim”, e conta a história de Sophia, prima de Charlotte. Aquela que foi abandonada pelo marido há doze anos. Por uma situação não pôde ver o amor sendo fortalecido ao lado de Max Easterly. Ela não superou a separação, mas ela decidiu algo: quer a anulação do casamento e recomeçar sua vida. Porém, precisa do marido para assinar essa anulação. Não será nada fácil, pois ele voltará com o único intuito: reconquistar a esposa. Os dois ficaram muito tempo afastados, mas toda vez que se encontram aquele sentimento do passado, quando se conheceram volta à tona. Uma história de perdão e escolhas.

Esse último conto não me agradou muito. Provavelmente pelo casal já se conhecer e ficaram um tempo afastado. O perdão nessa trama é o sentimento mais importante. Mas a história para mim ficou um pouco enfadonha no decorrer das páginas. Algo que instigou foi a resolução do sumiço da pulseira de lady Neeley, pois Sophia fará de tudo para achar o culpado e limpar o nome do marido, que estão suspeitando.

Falando no sumiço da pulseira, a história inteira permeia sobre esse assunto. Quando li quem foi a pessoa responsável fiquei assustado por não achar nenhuma ligação de Sophia ter despertado para descobrir tal culpado. Foi um gatilho falho e mal trabalhado.

Todas as histórias estão interligadas, diversos momentos personagens de outros contos se esbarram e faz com que a obra seja homogênea e mesmo que seja um livro de contos, faz com que a história em si seja única. Apesar de diferentes casais e premissas.

Meus contos preferidos foram o segundo e terceiro, pois as autoras souberam desenvolver o romance. Apesar de ser um livro de contos e não ter muito espaço para ser trabalhado o relacionamento, no conto de Quinn achei o romance muito instantâneo e isso me incomodou bastante. Dos meus contos favoritos tiveram pouco espaço, mas o desenvolvimento do relacionamento aconteceu de forma gradativa e estimulante para o leitor acompanhar.

Para os fãs de romance de época, esse livro é maravilhoso. A obra não é dependente à série Os Bridgertons, pois não há nenhum spoiler ou menção de quem seja lady Whistledown. Portanto, quem não leu a série pode mergulhar nesses contos.

Resenha escrita por mim e postada também no blog Capa & Título.




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