Resenha de O Escravo de Capela, de Marcos Debrito

Livro: O Escravo de Capela
Série: -
Editora: Faro Editorial
Gênero: Terror
Páginas: 288
No final do século XVIII, no ano de 1792, em plena época da escravatura do Brasil Colônia, a família Cunha Vasconcelos é dona da fazenda de Capela, com diversos escravos trabalhando em prol dos negócios de cana-de-açúcar. Dentre os escravos, conhecemos Sabola, o recém-chegado sofrerá nas mãos dos peões e de Antônio Batista Segundo, um dos filhos do dono. O escravo não está acostumado a língua e terá que se esforçar para compreender o que lhe é mandado. Akili, o escravo mais velho da fazenda será o mentor de Sabola que ajudará a fugir da fazenda. Como de costume, Antônio Segundo tem o prazer de usar a chibata para ensinar e castigar os escravos a obedecer, em um deles algo mudará a vida de todos naquela fazenda.

O sobrenatural e a realidade estarão em uma linha tênue. O que era fantasioso e impossível de acontecer tornará realidade. O Saci virá de uma maneira diferente que conhecemos, pois em suas mãos está um facão, seu porte físico forte e com sede de vingança. Todos na fazenda estão correndo risco de vida. Ninguém estará imune e o que é mais temeroso é a incapacidade dos donos de fazer parar o mal.

Amo filmes de terror. Para mim, quanto mais assustador melhor. Na literatura não tenho o costume de ler muito esse gênero, mas não recuso a oportunidade. Já li alguns livros de Stephen King, mas ele forma mais policiais do que terror. Mas quando vi a capa e sinopse de O Escravo de Capela fiquei interessado e também por ter folclore brasileiro dentro da história. Primeiro por ser terror e segundo por ser uma obra de terro que prometia ser assustadora. Admito que o segundo motivo correspondeu minhas expectativas.

O livro é narrado em terceira pessoa e a obra foca em diversos personagens. Conhecemos os donos da fazendo, como o grão Senhor, Antônio Batista, o filho primogênito Antônio Batista Segundo, um rapaz sádico e sente repulsa dos negros. Também conhecemos Inácio, recém chegado da Europa, formado em medicina sua ideologia é diferente de sua família, como por exemplo a exploração dos negros.

Outros personagens que nos é apresentado é Akili, um senhor escravo que não anda, pois um dos castigos realizado pelo primogênito da família fez com que ele não se movesse mais. Sabola, novato na fazenda desde quando chegou o sentimento de rebeldia estava em seu coração. Além de não compreender o que era falado, o escravo queria ser livro e não ter um dono.

Na obra um dos motivos que mais me interessou a ler é como o autor transformou uma história de terror com inspiração do folclore brasileiro. É algo inovador, pois não estamos acostumados a ter livros que explora histórias da nossa cultura e ainda mais nesse gênero. É uma ideia fantástica e acredito que deveria ter livros de outros personagens do folclore.

Na obra, um dos motivos que mais me interessou a ler é como o autor transformou uma história de terror com inspiração do folclore brasileiro. É algo inovador, pois não estamos acostumados a ter livros que explora histórias da nossa cultura e ainda mais nesse gênero. É uma ideia fantástica e acredito que deveria ter livros de outros personagens do folclore. 

É nítido como o autor pesquisou a história do Brasil, pois além da trama principal há um contexto histórico exposto durante as páginas que se desenvolveu de forma orgânica. O autor não poupou sangue. Ele conseguiu transpassar diversos sentimentos durante a leitura e um deles é torcer para que diversas pessoas morressem (mesmo dizendo isso meu coração diz que é errado rs). Aos poucos Debrito transmitia diversos motivos para termos tal sentimento de revolta e foi estimulante para a leitura.

A escrita é envolvente e instigante. Desde o começo o autor conseguiu me prender e aguçou a curiosidade para saber como ele iria inserir o folclore na trama. O desenvolvimento e os desfechos foram realizados de forma bem sucedida.

Para os fãs de terror e com respingos de história essa é uma ótima indicação. Há muito sangue, terror, história e o folclore brasileiro foi bem representado na escrita de Marcos Debrito. Uma escrita fascinante que me fez pausar a leitura em alguns momentos por ser forte e intenso. Apesar da história ser uma ficção foi colocado uma época da história brasileira que foi real, momentos tristes e revoltantes de como os negros eram tratados naquele período. Além de uma obra de terror também conseguimos extrair reflexões.






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