Resenha de Sem Amor, de Katy Regnery

Livro: Sem Amor
Série: -
Editora: Charme
Gênero: Romance Contemporâneo, Drama
Páginas: 368
Cassidy Porter desde pequeno teve uma vida sofrida, por sempre estar acompanhado pela sombra do pai, acusado de matar brutalmente doze garotas. Na escola, na cidade e em outros lugares, os olhares sobre ele e sua mãe eram de hostilidade e desprezo. Ele foi crescendo tendo em mente que em suas veias passava um DNA que talvez estava carregado de maldição, e talvez ele se transformaria em um monstro como seu pai. Ele tenta fugir disso de todas as formas, e a melhor foi se isolar da sociedade e viver uma vida pacata.

Brynn Cadogan é uma mulher de trinta e três anos que estava noiva. Seus sonho de entrar de véu e grinalda, trocar alianças com o homem que ela amava desmoronou. Foi em uma noite, na qual Jem, seu noivo, estava em uma boate e foi atingido por uma bala perdida por um atirador. Desde então, após dois anos, sua vida é carregada de escuridão e isolamento. Ela não tem forças para voltar a viver, e algo que ela encontrou poderá fechar o ciclo do luto. Ela terá que ir uma montanha, no estado do Maine, para enterrar aquilo que seu amor suou pela última vez.

Quando Cassidy encontra Brynn em um evento crítico, fez algo despertar em seu peito. Algo diferente, ele não sabia definir. Talvez atração? Fazia muito tempo que ele não via uma mulher tão linda como ela. Brynn também sentiu o mesmo, e há tempos que ela não admirava a beleza de um homem após a morte do seu noivo. Eles viverão dias intensos, de aprendizagem e autodescoberta que farão questionar: é possível amar alguém mesmo em meio a lama da escuridão, do medo e da incerteza?

No momento que vi comentários sobre esse livro no meio literário e quando li a sinopse, logo percebi que se tratava de uma história tensa, com um desenrolar denso e teria boas doses de drama. Foi dito e feito. No entanto, foi na medida certa, fazendo o leitor se envolver com cada instante da trama.


Cass é um homem de vinte e sete anos que tem em mente que a qualquer momento poderá se tornar igual ao seu pai, um serial killer. Ele nunca teve Paul Isaac Porter como pai. Ele não ficou muito tempo na escola, começou a ser ensinado em casa pela sua mãe. Eles se mudaram para longe, para casa do avô, onde lá Cass estaria seguro do mundo exterior que poderia machuca-lo de diversas maneiras. Ele foi aprendendo em meio a livros, pesquisas sobre quem ele poderia se tornar, e isso o amedronta constantemente.

Quando os protagonistas se encontram, encontramos duas pessoas com suas feridas, cicatrizes, medos, incertezas e um bocado de sentimentos e memórias que os marcaram. Mas em ambos se encontraram algo em comum: apoio. Neles um sentimento de atração é instantâneo, e aos poucos isso vai amadurecendo e ficando mais intenso, crescendo gradativamente e se tornando em algo que Cass nunca pensou em sentir: amor.

A história é narrada em primeira, oscilando em cada capítulo pelos protagonistas. Nessa forma, podemos observar e descobrir mais de suas marcas que desde o passado fizeram com que se tornasse as pessoas que são atualmente. Conseguimos sentir a empatia com os dois, o sentimento de abraçar e chorar com os dois pelas perdas, pelo destino tão cruel que os alcançou.


A autora Katy Regnery nos apresenta uma trama recheada de emoções, e faz com que o leitor mergulhe não apenas no bruto da história, mas também nas entrelinhas, e são nelas que compreendemos o que faz com que duas pessoas desfalecidas emocionalmente pelo destino faz com que se unem e transformasse em um sentimento que talvez nunca pensariam sentir alguma vez ou novamente.

A escrita de Regnery é envolvente, instigante e comovente. Senti que a história de Cass foi mais intensa, pois envolvia uma trajetória de vida temerosa ao pior dos acontecimentos. O sentimento de fuga constantemente em alerta para não ser aquilo que poderia estar destinado, ser uma assassino insano como seu pai. Ele sofreu perdas como Brynn, e foram perdas não somente de pessoas, mas também foi a perda de sua identidade, uma perda social, que o fez estar recluso de qualquer contato humano.

Sempre admiro o autor que consegue surpreender o leitor de alguma forma. É empolgante como Regnery faz isso. Leva o leitor até certo ponto, e tudo parecia se caminhar em determinada maneira, mas não. Ela muda o caminho e abre o leque de possibilidades envolvendo os protagonistas com suas histórias.
"-Dizer adeus não significa esquecer. Seguir em frente não significa que você nunca o amou. Estou te dizendo para deixar isso para trás. Estou te dizendo que você pode ser feliz."
Sem amor é um livro intenso, tocante e fará o leitor se comover com a história dos protagonistas. Foi lindo acompanhar a trajetória de recomeço, autodescoberta, perdão e perceber que o amor surge nos momentos mais obscuros, e faz dissipar as trevas com a esperança e confiança que algo melhor poderá acontecer. Além da trama ser linda, a editora ainda fez uma edição com a capa texturizada que deixou a obra mais primorosa.







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